quarta-feira, 12 de julho de 2017

Uma lição para a vida na “Odisseia” (com spoilers)



            

           
           

            A Odisseia, de Homero, é um dos dois principais poemas épicos da Grécia Antiga. É uma sequência da Ilíada, que é considerada historicamente a primeira obra da literatura ocidental (a primeira é a Odisseia).
            Mais conhecida do que propriamente lida, essa obra já virou história em quadrinhos, filmes, seriados e inspirou músicas e pinturas, peças teatrais e outras formas de manifestação artística ao longo dos séculos. Mas, para quem sabe ler nas entrelinhas, a Odisseia traz uma importantíssima lição de vida. Para quem não faz essa leitura naturalmente, há textos como este que você lê agora.
            Resumidamente, trata-se da história de Ulisses (ou Odisseu, daí o nome do poema), que, sendo convocado para a Guerra de Troia (aquela mesma do cavalo oco cheio de soldados), tem que deixar sua esposa Penélope e seu filho (ainda bebê) Telêmaco e partir numa jornada de aventuras. Dez anos de guerra e mais dez anos tentando regressar ao lar juntamente com os companheiros de batalhas (no final, só ele sobrevive). Nesse meio tempo, muitas façanhas, perigos e (auto)descobertas.
            Odisseu enfrentou a fúria da natureza, monstros poderosos, a ira de deuses do Olimpo e dos Mares, e a paixão (não correspondida) de uma ninfa do mar que, apaixonada, o prendeu por sete anos, libertando-o apenas por ordem expressa de Zeus.
            Enquanto isso, 108 arruaceiros tentavam convencer Penélope a desposar um deles, dizendo a ela que o marido morrera. Quando o herói retorna, ele se revela não apenas como o senhor da casa, mas como o juiz implacável que executa, ao lado do filho Telêmaco, todos os intrusos.
            Das páginas desse texto fascinante, o que podemos tirar de lição para a nossa vida? Na verdade, é uma coisa evidente, mas muitas vezes as coisas óbvias também precisam ser ditas.
            Ulisses nunca esmoreceu e acabou por vencer a tudo e a todos porque, nessas duas décadas, nunca passou um dia sequer sem lembrar daquilo que mais lhe importava: a esposa e o filho. Era a sua motivação, a sua razão de viver, o que dava sentido à sua vida. E contra isso nem mesmo os deuses podem!
            Ulisses manteve em sua mente a lembrança de sua amada, que por sua vez também lhe foi fiel e esperou por esse tempo absurdo a sua volta, mesmo que às vezes parecesse algo impossível. Não houve um dia sem o pensamento voltado um para o outro, e isso levou o herói a lutar, sem nem pensar jamais em desistir, para regressar a Ítaca, sua terra, seu lugar.
            Nesse ponto não somos diferentes dos heróis da mitologia. Venceremos, ou pelo menos lutaremos até o fim (independente dos resultados que nele habitem) se tivermos em nossa mente uma convicção, um desejo, uma vontade férrea. A disposição imutável de nunca desistir daquilo em que pensamos todos os dias.
E você? Qual é a sua motivação? A sua meta, o objetivo que te faz levantar da cama e empreender todos os esforços para estar hoje mais perto que ontem? Não importa o que seja. Pode ser a(s) pessoa(s) amada(s), um bem material, status social, uma honraria ou título, o desejo de provar aos outros ou (principalmente) a si mesmo que é capaz... Seja qual for a sua Penélope, lute por ela. Não esmoreça. Tenha sempre em mente que um novo dia é uma chance a mais de conseguir aquilo que você deseja.
No final das contas, os contratempos e obstáculos, os inimigos e situações adversas, tudo isso tornará mais doce a sua vitória.
Excelsior!


Celso Moraes F, 12/07/2017

            

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Quando as células enlouquecem

Ele existe nos mais variados tipos e em diversas letalidades, mas geralmente leva a óbito, não raro depois de intenso sofrimento. Pode ser previsível por alguma predisposição ou por algum histórico familiar, mas nem sempre. Às vezes é um presente de grego do destino.

Cai como uma bomba no lar das pessoas que o contraem. Sofre não somente a pessoa diretamente atingida, mas tantos quantos a amem. E existem meios de combate, mas na grande maioria dos casos a guerra é perdida, embora algumas batalhas pontuais possam ser ganhas.

Fala-se aqui do câncer. Palavra tão temida que alguns se referem a ele como "a doença", como se evitar a pronúncia evitasse a ocorrência.   

Uma das coisas que chocam é a violência dessa doença, os efeitos devastadores que causa no corpo e na mente de quem a tem e os efeitos colaterais às vezes tão terríveis quanto os da moléstia que tem os tratamentos contra ela.

O que pode causá-lo? Causas internas, genéticas ou não. Causas externas, normalmente ligadas a fatores ambientais: cigarro como fator de câncer de pele, excesso de sol causando câncer de pele, vírus que causam leucemia. 

Outras causas estão sendo estudadas, como componentes alimentares e, com certeza, existem causas ainda insuspeitas. 

Mas uma coisa estarrece verdadeiramente: já foi dito extraoficialmente - e por pessoas do meio industrial farmacêutico, que se não fosse a ganância das grandes corporações interessadas em vender medicamentos que tratam mas não previnem e na maioria dos casos nem curam, sendo, portanto, paliativos, a cura muito provavelmente já teria sido encontrada.

Num mundo em que a saúde das pessoas e as suas vidas valem menos que o ganho monetário, isso não é de se admirar.

Este texto é sobre pessoas que têm ou tiveram câncer. Algumas não o têm mais porque venceram a guerra contra ele; outras, foram por ele vencidas. A todas, e às que ainda vivem, todo o respeito.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Poema e Lema




Durante muito tempo, esse poema foi lema. E agora volta a ser. Para todas as intempéries que surjam, a resposta está aqui. E A Força não está no Lado Negro nem no seu oposto, mas dentro. Companheira, aliada, arma e escudo. Fonte.


Versos repetidos na literatura, no cinema ou em discursos inspiradores. O autor, William Ernest Henley, ainda fascina e influencia com suas palavras. Escrito em 1875, o poema inspirou, entre muitos, Nelson Mandela (aprisionado e fazendo trabalhos forçados em Robben Island, encontrou nessas palavras a esperança e a força necessárias para manter-se vivo). O poema representa o humanismo secular, o espírito da época vitoriana, a ascensão de Darwin e as ciências como um desafio ao pensamento tradicional e criacionismo.
“Invictus” é também a inspiração para o filme homônimo, de Clint Eastwood.

Invictus
Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço à divindade que possa existir
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará sem medo.

Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.

Uma questão de equilíbrio



Num mundo de superficialidades, traições e falsidade, tanto nas relações afetivas quanto na vida profissional, é preciso se manter acima do nível da caca e buscar o que convém e dá paz. E a paz de espírito não pode ser conseguida sem equilíbrio.

Não há uma fórmula mágica para que se encontre uma maneira equilibrada de viver. Há inúmeras propostas, que são elaboradas conforme os mais variados critérios, e quase sempre têm a ver apenas com quem as elaborou. Mas algumas fazem todo sentido.

O blogueiro Leonardo Oliveira dividiu sua vida em 5 pilares, que vale a pena compartilhar.

1. O pilar da saúde - simples de entender e complicado de praticar. O corpo é a maior ferramenta de trabalho que se tem, na verdade é a única, então precisa ser bem cuidado. Mas a maioria negligencia seu zelo.

2. O pilar financeiro - dinheiro não traz felicidade, mas é fundamental para a sobrevivência. E uma vez que passar necessidades é algo horrível e indigno, quando se está estabelecido financeiramente uma das melhores maneiras de se alcançar satisfação pessoal é na ajuda ao próximo. Isso é riqueza. 

3. O pilar espiritual - não é sobre religiões, mas sobre religiosidade, contato com Deus e confiança nEle. Cercar-se de energias boas e, principalmente, ser uma fonte delas.

4. O pilar emocional - ligado ao anterior. Fazer o bem, desejar o bem a todos. Isso traz uma paz automática, pois o que se envia, retorna, para o bem e para o mal.

5. O pilar intelectual - buscar a maior diversidade de conhecimentos, focando obviamente em sua própria área de atuação identificar o que se faz de melhor e investir nisso. Aperfeiçoar-se cada vez mais através de cursos, palestras e tudo o que te levar conhecimento.

A má notícia é que conciliar esses 5 pilares não é fácil, segundo Maslow (criador da famosa pirâmide das necessidades pessoais) apenas 1% das pessoas consegue. A boa notícia é que, se há praticamente 8 bilhões de pessoas no planeta, 1% disso é um grupo de 80 milhões de criaturas, então dá bem para estar entre elas. Tente. Se você não é ainda uma delas, nada impede que seja. 

Bora construir essa realidade?